Compostar na varanda

Tipos de compostagem

Diferencia-se entre dois tipos de compostagem: a aeróbica e a anaeróbica. A anaeróbica é aplicada na produção de biogás nas estações de tratamento e efluentes. A compostagem aeróbica e a que pretendemos que aconteça no composto em jardinagem. Diferencia-se dois tipos de compostagem aeróbica. Uma a quente e outra a frio.
A compostagem aeróbica a quente, em que bactérias decompõem matéria orgânica em poucas semanas, requer que haja uma proporção certa entre resíduos, humidade, uma quantidade mínima de resíduos (normalmente aconselha-se 1 m3) e uma gestão que mantenha o processo em andamento durante essas semanas, durante as quais também não se junta mais materiais a reciclar. Este tipo de compostagem é adequada para um jardim em que se tenha muita matéria orgânica de uma vez só, por exemplo por causa do corte de relva ou da recolha de folhas no outono.
A compostagem aeróbica a frio, compostagem com minhocas, acaba por ser a única que permite que se junte pequenas quantidades diárias de resíduos e em que a gestão dos materiais a compostar é feita pelas próprias minhocas. É essa que aconselhamos a aplicar em varandas e quintais, e é uma compostagem desse tipo que é aplicada na MiHo, minihorta com compostagem integrada.

Compostagem com minhocas em arca de madeira
Compostagem com minhocas em arca de madeira

Compostagem com minhocas

A compostagem com minhocas permite que se junte pequenas quantidades diárias de resíduos e em que a gestão dos materiais a compostar é feita pelas próprias minhocas. Para isso no fundo basta ter um recipiente com minhocas e ir colocando o material a compostar, mas… o ambiente no compostador tem que garantir que as minhocas se sentem bem. Para isso o recipiente tem que ser de forma a que a temperatura não passe dos 25 ºC e o meio seja húmido mas não encharcado.
Uma caixa de madeira do tamanho de uma arca pode servir. Vai levar muito tempo a encher, já que a matéria orgânica perde muita água e se tiver uma separação em rede a meio, é possível tentar gerir as minhocas. Enche-se primeiro um dos lados. Depois passa-se para o outro e as minhocas migram também. Após 3 ou 4 meses o lado em que se iniciou pode ser retirado para adubo.
No entanto pode haver acumulação de água no fundo que provoque o apodrecimento da matéria orgânica e consequentes cheiros. Também pode haver problemas de estanquicidade.

Compostagem com minhocas em caixas plásticas empilhadas
Compostagem com minhocas em caixas plásticas empilhadas

Caixas plásticas empilhadas

No caso das caixas plásticas empilhadas, estas têm furos para evitar a acumulação de humidade a mais. Só a caixa inferior é estanque, e é nesta que se juntam as escorrências, que podem ser recolhidas por exemplo por uma torneira e usadas para adubo (diluídas de 1:10 na água da rega). Vai-se enchendo uma caixa, e quando esta está cheia, basta colocar outra por cima e continuar a reciclar nessa. As caixas devem estar tapadas para não entrar luz e chuva.
Esta solução funciona bem, dá para maiores quantidades e é muito flexível. No entanto, não é muito prática no que toca ao retirar da matéria compostada após os 3 a 4 meses de maturação. Tem que se retirar as caixas superiores para esvaziar a inferior.

Por isso surgiu a ideia de integrar compostagem numa floreira, na MiHo. Não é uma ideia nova, mas no caso da MiHo foi adaptada a varandas e quintais em clima português numa versão que acumula as vantagens de uma floreira elevada em madeira.

A MiHo

A MiHo é uma floreira em madeira forrada por dentro com tela PVC para garantir alguma estanquicidade.

Dentro da própria floreira foi adaptada uma caixa em madeira não tratada, o compostor. Tem duas tampas, uma de cada lado, e está dividido ao meio para possibilitar uma gestão da matéria a compostar.

A floreira está elevada do chão para facilitar o manuseio e possibilitar uma saída inferior (para recolha do “chorume de minhoca” para adubo e permitir escoar a água de rega em excesso).

Tens interesse em conhecer melhor a MiHo? Contacta por e-mail para info@microjardinagem.pt .

floreira MiHo com compostor integrado
floreira MiHo com compostagem integrada

O que pode ser compostado?

Poderá colocar neste compostor:
Cascas de fruta, cebola, alho, batata, vegetais, borra de café, chá, cereais, cascas de ovo (não se irão decompor na compostagem), pão, cabelos, papel de jornal; 

Evitar:
batatas inteiras (apodrecem), cascas de citrinos em maior quantidade;

Não se deverá colocar de forma alguma:
Carne, peixe, marisco, gorduras, plástico, metal, vidro, excrementos de animais, cinzas, qualquer material químico ou tóxico, verduras tratadas com agrotóxicos.

No entanto esta compostagem não neutraliza as sementes. Podem ser colocadas no composto mas elas irão germinar dentro do compostador ou quando o composto for usado para adubo.

Como proceder:
Junte os vegetais a compostar na MiHo num pequeno balde com tampa na cozinha, por exemplo por baixo do lavatório. Forre este balde com papel de jornal ou papel de cozinha e corte tudo em pequenos pedaços antes de colocar no balde. Regularmente, diariamente ou de dois em dois dias, coloque tudo, juntamente com o papel, no compostor.

Mais sobre compostagem com minhocas encontras por exemplo aqui.

Vantagens da MiHo

A MiHo é uma floreira grande para hortícolas, flores e ervas aromáticas com um minhocário integrado (compostor). Por causa do tamanho e do composto a floreira MiHo mantém melhor a humidade do que vasos pequenos ou floreiras sem compostor.

  • Requer menos terra e adição de nutrientes (adubo) porque o substrato é alimentado também pelo compostor.
  • Permite a compostagem perto de casa, por exemplo em varanda.
  • A água em excesso e outras escorrências, que normalmente acontecem com a compostagem, são canalisadas de forma controlada para seu aproveitamento.
  • A madeira, ao contrário do plástico, isola termicamente a terra, mantendo uma temperatura da terra mais saudável para o compostor e para as plantas.
  • Por estar sobre pés, a alguma altura do solo, é de fácil acesso para manutenção e colheita.
  • A plantação na floreira MiHo permite um mais fácil controlo de pragas, como por exemplo caracóis e lesmas.
  • A rega das plantas simultaneamente garante a humidade para a compostagem pelas minhocas no minhocário.
  • O compostor separa a floreira em duas áreas independentes, possibilitando separar, por exemplo, plantas anuais e perenes.

Além disso, jardinar, até só mesmo em pequenos espaços, contribui para a diversidade da fauna de insetos e pássaros na cidade, é didático, aproxima-nos da natureza, e transmite a emoção de ver a vida acontecer.

A vantagem mais saborosa é definitivamente a frescura e disponibilidade de ervas aromáticas, de alfaces e de legumes frescos, que desta forma estão sempre à mão e dão um toque especial a qualquer receita.

MiHo e Permacultura

Muitos dos princípios da permacultura são aplicados na floreira com compostor MiHo:

Observe e interaja – cada floreira evolui conforme o local e as plantas. A MiHo é um micro-jardim em que observamos e apendemos ao ritmo que a natureza nos impõe.

Capte e armazene energia – o material orgânico é transformado num fertilizante que irá dar energia às tuas plantas.

Obtenha rendimento – mesmo neste micro-jardim obtém-se facilmente, por exemplo, ervas aromáticas que irão valorizar os teus cozinhados.

Pratique a autorregulação e aceite o feedback – partilha a tua experiência com outros.

Use e valorize os serviços e recursos renováveis – a MiHo permite reciclar grande parte dos resíduos orgânicos.

Não produza desperdícios – reciclando na compostagem evitas desperdícios.

Integrar em vez de segregar – a reciclagem é integrada na floreira.

Use soluções pequenas e lentas – sim, a MiHo é uma pequena horta mas com grande impacto.

Use e valorize a diversidade – planta a tua floreira em diversidade.

Use as bordas e valorize os elementos marginais – o compostor no centro da floreira cria um efeito de borda.