Floreiras na arquitetura – entradas

Entrada com 3 tipos de verde: floreira interior, floreira exterior e vasos colocados posteriormente

O hall-de-entrada para um prédio está na fronteira entre o confinamento em apartamento e o fervilhar do asfalto. Ponto de passagem onde só se permanece alguns segundos para abrir e fechar a caixa do correio.
Porém, a arquitetura também aqui por vezes prevê uma pequena floreira. Pergunto-me para quê? Para se despejar a água da lavagem das escadas? Para motivar a entrada e saída, fazendo querer que há algo de natureza para além da porta? Haverá uma motivação puramente estética?
Alguém, ao projetar esses edifícios de muitos andares e inúmeras frações, decidiu que ali poderia ou deveria colocar um canteirozito – nos muros das moradias chamado de “alegrete” – e suspeito que seja por má consciência… Talvez sub-conscientemente pensem: “betonámos isto tudo, vamos compensar com este metro quadrado de suculentas”.
Também neste caso, tal como nas floreiras previstas pela arquitetura nas varandas, grande parte das floreiras previstas nas entradas dos prédios estão abandonadas. É uma “terra de ninguém” entre fronteiras.

E por ser uma terra de ninguém entre fronteiras, coloca-se a questão de quem é que cuida, quem é responsável. Há poucos anos, provavelmente quando os prédios das fotos foram construídos, seria a porteira. Hoje, teria que haver alguém contratado ou designado pelo condomínio. Quando penso na complexidade de alguns condomínios hoje em dia, imagino que facilmente chega o dia em que se decide desistir de gerir esse insignificante verde, substituindo-o por uma escultura ou por um cinzeiro.

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